O Relatório Global sobre o Panorama de Ameaças 2025 da FortiGuard Labs revela crescimento do modelo Cybercrime-as-a-Service na darknet, alimentando um mercado lucrativo de credenciais, exploits e acessos indevidos
A Fortinet, líder global em cibersegurança e na convergência entre redes e segurança, revelou hoje o seu Relatório Global sobre o Panorama de Ameaças 2025, elaborado pela equipa de inteligência FortiGuard Labs. Este relatório anual apresenta uma análise abrangente das ameaças ativas durante o ano de 2024, como indicado segundo o modelo MITRE ATT&CK, e destaca a crescente utilização de ferramentas automatizadas e tecnologias de Inteligência Artificial (IA) que estão a reduzir a vantagem tradicional das equipas de defesa.
“Este
relatório deixa uma mensagem clara: os cibercriminosos estão a acelerar os seus
esforços, utilizando IA e automação para operar com uma escala e velocidade sem
precedentes”, refere Derek
Manky, Chief Security Strategist e Vice-Presidente Global de Threat
Intelligence na FortiGuard Labs. “O modelo tradicional de defesa já não
é suficiente. As organizações precisam de adotar estratégias proativas e potenciadas
por inteligência artificial, e que estejam assentes em princípios de zero
trust, automação e gestão contínua da exposição a ameaças.”
Principais
destaques do Relatório Global sobre o
Panorama de Ameaças 2025, incluem:
- Exploração automatizada
atinge máximos históricos à medida que os atacantes estão mais focados em
identificar precocemente os alvos mais expostos. Para capitalizar as
vulnerabilidades recém-descobertas, os cibercriminosos estão a implementar
“scannings” automatizados à escala global. A análise ativa no
ciberespaço atingiu níveis sem precedentes em 2024, aumentando 16,7% em
todo o mundo ano a ano, destacando uma recolha sofisticada e massiva de
informações sobre a infraestrutura digital exposta. O FortiGuard Labs
observou mil milhões de análises a cada mês, o que equivale a 36000 “scans”
por segundo, revelando um foco intensificado no mapeamento de serviços
expostos, como SIP e RDP, e protocolos OT/IoT, como Modbus TCP.
- Os mercados da Darknet alimentam o acesso simples a kits de
exploração. Em 2024, os fóruns de cibercriminosos
funcionaram cada vez mais como mercados sofisticados para kits de
exploração, com mais de 40000 novas vulnerabilidades adicionadas à Base de
Dados Nacional de Vulnerabilidades, um aumento de 39% em relação a 2023.
Além das vulnerabilidades de zero-day que circulam na darknet, os
corretores de acesso inicial estão a oferecer cada vez mais credenciais
corporativas (20%), acesso RDP (19%), páginas de administração (13%) e shells
da web (12%). Além disso, o FortiGuard Labs observou um aumento de
500% no último ano nos registos disponíveis a partir de sistemas
comprometidos por malware infostealer, com 1,7 mil milhões de
registos de credenciais roubadas partilhados nestes fóruns clandestinos.
- A cibercriminalidade baseada em IA está a aumentar rapidamente. Os agentes de ameaças estão a utilizar a IA para aumentar a
veracidade do phishing e evitar os controlos de segurança
tradicionais, tornando os ciberataques mais eficazes e difíceis de
detetar. Ferramentas como FraudGPT, BlackmailerV3 e ElevenLabs estão a
alimentar campanhas mais escaláveis, credíveis e eficazes, sem as
restrições éticas das ferramentas de IA publicamente disponíveis.
- Intensificam-se os ataques direcionados a sectores críticos. Setores como a indústria transformadora, os cuidados de saúde e
os serviços financeiros continuam a registar um aumento de ciberataques
personalizados, com os agentes de ameaças a implementarem explorações
específicas a cada setor. Em 2024, os sectores mais visados foram a
indústria transformadora (17%), os serviços às empresas (11%), a
construção (9%) e o retalho (9%). Tanto os atores do Estado-nação como
os operadores de Ransomware-as-a-Service (RaaS) concentraram os seus
esforços nestas verticais, com os Estados Unidos a suportar o peso dos
ataques (61%), seguidos do Reino Unido (6%) e do Canadá (5%).
- Os riscos à segurança
da cloud e da IoT aumentam. Os ambientes cloud continuam a ser um dos
principais alvos, com os adversários a explorar vulnerabilidades
persistentes, como buckets de armazenamento abertos, identidades com
permissão excessiva e serviços mal configurados. Em 70% dos incidentes
observados, os atacantes obtiveram acesso através de logins de geografias
desconhecidas, destacando o papel crítico da monitorização de identidade
na defesa da cloud.
- As credenciais são a
moeda do cibercrime. Em 2024, os cibercriminosos partilharam mais de
100 mil milhões de registos comprometidos em fóruns clandestinos, um
aumento de 42% em relação ao ano anterior, impulsionado em grande
parte pelo aumento de “listas combinadas” contendo nomes de utilizador,
palavras-passe e endereços de e-mail roubados. Mais de metade das
publicações na darknet envolviam bases de dados com fugas de informação, o
que permite aos cibercriminosos automatizar ataques de roubo de
credenciais em grande escala. Grupos bem conhecidos como BestCombo,
BloddyMery e ValidMail foram os grupos de cibercriminosos mais ativos
durante este período e continuam a reduzir a barreira à entrada através do
packaging e validação destas credenciais, alimentando um aumento de
aquisições de contas, fraudes financeiras e espionagem empresarial.
Conclusão do CISO: Reforçar
as defesas cibernéticas contra as ameaças emergentes
O Relatório Global sobre o
Panorama de Ameaças 2025, da Fortinet fornece informações
detalhadas sobre as mais recentes táticas e técnicas dos atacantes, ao mesmo
tempo que apresenta recomendações prescritivas e informações acionáveis.
Concebido para capacitar os CISOs e as equipas de segurança, o relatório
oferece estratégias para combater os agentes de ameaças antes que estes
ataquem, ajudando as organizações a manterem-se à frente das ameaças
cibernéticas emergentes.
O relatório deste ano inclui um “CISO Playbook for Adversary Defense”, que destaca várias áreas estratégicas a privilegiar:
- Transição da deteção tradicional de ameaças para a gestão contínua da exposição a ameaças: Esta abordagem proativa dá prioridade à gestão contínua da superfície de ataque, à emulação de comportamentos reais de adversários, à priorização da remediação com base no risco e à automação das respostas de deteção e defesa. A utilização de ferramentas de simulação de violação e ataque (BAS) para avaliar regularmente as defesas de endpoints, redes e ambientes cloud face a cenários reais de ataque assegura a resiliência contramovimentos laterais e explorações.
- Simulação de ataques do mundo real: Realizar exercícios de emulação de adversários, testes com equipas red e purple teaming e recorrer ao MITRE ATT&CK para testar as defesas contra ameaças como campanhas de ransomware e espionagem.
- Redução da exposição da superfície de ataque: Implementar ferramentas de gestão da superfície de ataque (ASM) para detetar ativos expostos, credenciais comprometidas e vulnerabilidades exploráveis, ao mesmo tempo que se monitorizam continuamente fóruns da darknet para identificar ameaças emergentes.
- Priorização de vulnerabilidades de alto risco: Focar os esforços de remediação nas vulnerabilidades discutidas ativamente por grupos de cibercrime, utilizando frameworks de priorização baseadas no risco, como o EPSS (Exploit Prediction Scoring System) e o CVSS (Common Vulnerability Scoring System), para uma gestão de patches eficaz.
- Aproveitamento da inteligência da dark web: Monitorizar os mercados clandestinos para identificar novos serviços de ransomware e acompanhar a coordenação de campanhas de hacktivismo, de modo a mitigar proativamente ameaças como ataques DDoS e defacement de websites.
Descubra como os FortiGuard Labs Advisory
Services combinam tecnologia de
ponta e serviços especializados para ajudar as organizações a fortalecer sua
postura de segurança antes do surgimento de ameaças. Na eventualidade de um
incidente, o FortiGuard Labs oferece uma resposta rápida e eficaz e uma análise
forense aprofundada para minimizar o impacto e evitar futuras intrusões,
proporcionando uma proteção abrangente no atual cenário digital cada vez mais
volátil.
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