- Em 2021, as empresas médias europeias investiram mais de 65,4 mil milhões de euros em serviços de TI, representando 28% do volume total investido por todas as empresas na Europa.
- O orçamento deste segmento para a transformação digital deverá crescer 52% nos próximos cinco anos, cada vez mais rápido do que o resto do mercado.
- Até agora, mais de 50% destas empresas optaram principalmente por gerir as TI internamente, mas a transformação para a cloud, os crescentes requisitos de cibersegurança e a modernização das suas aplicações estão a levá-las a precisar de fornecedores externos.
- Espera-se assim que o investimento do mercado médio em serviços de TI ultrapasse o mercado global, nos próximos anos.
- Ao decidir contratar serviços externos, as empresas de média dimensão dão prioridade aos fornecedores que oferecem soluções à medida, específicas para a indústria, e à qualidade de serviço. Estes dois fatores são mais relevantes do que o preço.
O mercado intermédio, com receitas anuais de 0,5 a 5 mil milhões de euros, representa uma oportunidade de negócio para o setor dos fornecedores de serviços de TI, uma vez que o seu orçamento irá crescer mais do que o do total do mercado, à medida que procuram apoio externo para executar os seus planos de transformação digital, de acordo com um novo relatório da consultora estratégica Oliver Wyman.
Os peritos da consultora estimam que o investimento das empresas neste segmento aumentará 8,8% ao ano entre 2021 e 2026 (acima da taxa de crescimento anual de 7,6% para o total do mercado), o que significa que a despesa agregada em serviços informáticos no mercado médio europeu crescerá 52%, totalizando 99,6 mil milhões de euros até 2026, enquanto o total do mercado crescerá 44%.
“No rescaldo da pandemia, muitas empresas decidiram recuperar o atraso através de investimentos chave, de modo a acelerar a transformação para a cloud , responder aos requisitos cada vez mais exigentes de cibersegurança e, em última análise, modernizar as suas aplicações. Até agora, cerca de metade dos clientes do mercado médio optavam por gerir as TI principalmente a nível interno, devido a preocupações com a proteção de dados e a vantagem que isso representava em termos de custos. Contudo, muitos deles enfrentam agora dificuldades na gestão de toda a transformação por meio de recursos internos. Como resultado, recorrem cada vez mais a fornecedores externos, especialmente as médias empresas, que consideram mais difícil atrair talento num ambiente de escassez geral de especialistas em recursos de TI”, explica Hendrik Willenbruch.
Mais de 65 mil milhões de euros investidos em TI em 2021
Em 2021, o mercado médio europeu gastou mais de 65,4 mil milhões de euros em serviços de TI - representando 28% dos quase 230 mil milhões de euros gastos em serviços de TI por todas as empresas na Europa (excluindo o setor público).
Por subsegmento, as empresas mais pequenas (0,5 - 1 mil milhões de euros) gastaram quase 19,5 mil milhões de euros (30% do total), as empresas com receitas anuais de 1 a 2 mil milhões de euros gastaram 17 mil milhões de euros em TI no total (cerca de 25%) e as maiores, o subsegmento de 2 a 5 mil milhões de euros, gastaram perto de 29 mil milhões de euros.
Por setor , as empresas de telecomunicações e tecnologia foram as que mais investiram em TI (27%, num total de mais de 17,5 mil milhões de euros), seguidas pela indústria bancária e seguradora (21%, cerca de 14 mil milhões de euros) e pela indústria transformadora e recursos naturais (9,9 mil milhões de euros ou 15% do total). Ver Figura 1.
Figura 1: Gastos em serviços de TI na Europa para o mercado médio superior por dimensão e sector da empresa, 2021 |
Em milhares de milhões de euros, exclui o sector público
Dos três mercados europeus analisados pela Oliver Wyman – da Alemanha, França e Reino Unido – , o alemão é o segundo maior investidor em serviços de TI, atrás do Reino Unido, cujas empresas gastaram quase 18,5 mil milhões de euros em serviços de TI em 2021. Ver Figura 2
Figura 2: Despesas com serviços de TI na Alemanha, França e Reino Unido para o mercado médio superior por dimensão e sector da empresa 2021 Em milhares de milhões de euros, exclui o sector público |
Preferências das empresas médias para fornecedores de serviços de TI
De acordo com o estudo da Oliver Wyman, as empresas de média dimensão são tradicionalmente servidas por grandes integradores de sistemas tradicionais ou por players médios e system houses, que se tornaram uma base forte para as empresas mais pequenas, graças à proximidade física e à competitividade de custos que oferecem.
O caso muda de figura quando se trata do segmento das grandes empresas ou das multinacionais, que tende a favorecer os grandes fornecedores globais de serviços de TI. Ver Figura 3
A Figura 3: Tipo de fornecedor de TI selecionado como #1 ou #2 |
Por dimensão da empresa em euros de receitas, na Alemanha, França e Reino Unido
Em termos de comportamento de compra, as empresas de média dimensão dão prioridade aos fornecedores que oferecem soluções à medida e especificamente adaptadas a cada indústria, bem como à qualidade do serviço. Estes dois fatores são ainda mais relevantes do que o preço, que aparece apenas na terceira posição nos resultados de um inquérito realizado pela Oliver Wyman no âmbito deste estudo. Ver Figura 4
Este padrão é consistente nos subsegmentos médios do mercado, embora as empresas mais pequenas, que geram entre 0,5 e 1 mil milhões de euros de receitas anuais, pareçam ser mais sensíveis aos preços, especialmente quando escolhem grandes fornecedores globais de serviços de TI.
Figura 4: Critérios na tomada de decisão de compra do fornecedor de TI (1= Menos importante; 10 = Mais importante) |
Finalmente, o estudo da Oliver Wyman conclui que as médias empresas mostram um nível mais elevado de adesão aos seus fornecedores de serviços de TI. De facto, o segmento inferior do mercado intermédio (com receitas anuais entre 0,5 e mil milhões de euros) tende a ser muito leal aos seus fornecedores de serviços de TI: apenas 4% delas mudaram os seus dois principais fornecedores nos últimos dois anos. Entretanto, as empresas de maior dimensão(com 2 a 5 mil milhões de euros de receitas anuais) tendem mais a mudar de fornecedor: 20% referem ter mudado, pelo menos, um dos seus dois principais fornecedores nos últimos dois anos.
“As razões apontadas pelas empresas de média dimensão tendem a ser a relação de confiança com os seus fornecedores de serviços de TI ao longo dos anos, dado que muitas vezes começaram com a aquisição de hardware antes de se estenderem a serviços concretos mais complexos. Isto traduz-se em oportunidades para grandes atores globais que não se têm concentrado muito neste segmento no passado, bem como para recém-chegados, como o ciberespaço e a cloud”, diz Hendrik Willenbruch.
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