O ritmo da inovação nos últimos anos foi sem precedentes. Num curtíssimo espaço de tempo, passámos da emergência da transição digital para um salto quântico no desenvolvimento e adoção de ferramentas tecnológicas inovadoras, como a Inteligência Artificial (IA).
A partir desta realidade, a questão que se coloca é: qual a capacidade dos diversos setores de atividade na adoção e implementação de novas soluções baseadas em IA?
Com o objetivo de democratizar todas as inovações em IA, ajudar pessoas e organizações a serem mais produtivas e apoiar o mercado português a entender melhor esta oportunidade, a Microsoft criou o DisruPT, um novo videocast executivo que contará com a participação de alguns líderes de empresas nacionais a atuar em diversos setores de atividade.
Este conjunto de conversas lideradas por Andrés Ortolá, Diretor Geral e Presidente da Microsoft Portugal, terão como terceiro convidado Rui Miguel Nabeiro, CEO do Grupo Nabeiro-Delta Cafés, que trouxe a sua perspetiva sobre as oportunidades que a IA irá trazer ao setor da alimentação, com destaque para:
“No nosso setor, aquilo que tem acontecido é que tem havido muita disrupção. Hoje vivemos aquilo que é, no café, o Third Wave of Coffee, que se traduz em pequenas produções de proximidade. Ou seja, as pessoas gostam do café torrado à esquina de casa, e não de uma indústria grande que vem de longe.”
“Vamos vendo muita disrupção também do ponto de vista do e-commerce, que no setor alimentar vai tendo um peso muito relevante.”
“Empresas como a nossa querem conhecer cada vez mais o consumidor (…) As marcas cada vez mais querem colocar o produto na prateleira, mas querem um bocadinho mais. Queremos conhecer quem é que depois vai à prateleira buscar o nosso produto. E estou certo de que em todas as análises que vamos fazendo no dia a dia, a IA vai-nos ajudar muito a cruzar dados.”
“A IA vai acelerar seguramente a capacidade que as empresas têm de cruzar os seus dados para oferecer produtos e promoções, e colocar o produto no sítio certo à hora certa.”
“Com o Copilot, aquilo que é o meu sonho de vendedor é alguém que o máximo de tempo que passa com o cliente é a estabelecer uma relação emocional com este - que no nosso negócio sempre foi muito importante.”
“Acredito sinceramente que nenhuma máquina vai substituir o papel que um vendedor tem na relação com o cliente. E isso é essencial, porque a relação humana é aquilo que faz a diferença.”
“As skills [do futuro] têm a ver com a humanização, com a criatividade, com a capacidade de termos empatia, criarmos relações, estabelecer vínculos emocionais, e de pensarmos em resolver outro tipo de problemas que acrescentam mais valor que não seja o problema de como é que eu levo uma caixa de A a B (…) Aquilo que são realmente as competências do ser humano, que não é ser só repetitivo nas suas tarefas, acredito que está sempre garantido.”
“A IA vai ajudar-nos a resolver muitos problemas [de sustentabilidade]. Vai-nos ajudar a sermos mais eficientes, a ter menos gastos, a ter maiores otimizações.”
“Na produtividade, o impacto [da IA] aparenta ser muito grande. Se temos uma máquina que rapidamente computa os dados e faz projeções sozinha, sem eu ter de fazer cálculos, de repente tenho uma máquina que me faz aquilo que eu fazia numa spreadsheet.”
“Temos um modelo de inovação muito interessante, que envolve toda a gente dentro da Delta. O nosso modelo é mais ou menos dividido em duas épocas no ano: a primeira, a que chamamos ‘Mind’, que é uma plataforma online de ideias (…) e depois temos uma segunda fase, o ‘MIND Lab’, onde as melhores ideias que foram colocadas na plataforma vão incubar como se fossem uma startup.”
Numa conversa informal, que passou por tópicos como as skills do futuro, IA aplicada à sustentabilidade e culturas de inovação nas empresas, os dois gestores concordaram no facto da IA estar cada vez mais a abrir espaço para as empresas e colaboradores explorarem a componente humana e relacional para acrescentar valor às marcas. Assista a este episódio a partir do dia 4 de março aqui.
Até lá, aproveite para rever o primeiros dois episódios desta série de conversas com Miguel Maya, CEO do Millenium BCP, e João Dias, Presidente do Conselho Diretivo da Agência para a Modernização Administrativa, onde abordaram a importância da IA no futuro da banca e no futuro do setor público, respetivamente.
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