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Instituto Europeu de Patentes apresenta em Lisboa uma nova plataforma para combater os incêndios

Instituto Europeu de Patentes apresenta em Lisboa uma nova plataforma para combater os incêndios
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  • 2022 foi um dos piores anos de que há registo em termos de incêndios na Europa. Os incêndios florestais danificaram mais de 830 mil hectares com um custo humano imensurável
  • Portugal foi o terceiro país mais afetado pelos incêndios florestais no ano passado
  • O IEP juntou-se ao INPI - Instituto Nacional da Propriedade Industrial - e a outros institutos de patentes na Europa para lançar uma plataforma de partilha de conhecimento que providencia informação crucial na luta contra incêndios florestais
  • A Plataforma, apresentada numa conferência em Lisboa, permite uma navegação fácil e precisa da informação sobre patentes

No verão passado, mais de 830 mil hectares de terreno em toda a Europa foram devastados por incêndios florestais, quase um décimo da área total de Portugal. 2022 foi o segundo pior ano da Europa em termos de áreas ardidas e de número total de incêndios desde 2006, de acordo com o Sistema Europeu de Informação sobre Incêndios Florestais (EFFIS). Estes incêndios florestais custam à União Europeia 2,5 mil milhões de euros em prejuízos económicos e os custos humanos são imensuráveis. Para ajudar a aliviar a situação, o Instituto Europeu de Patentes (IEP) lançou uma nova plataforma para partilhar conhecimento e informação à escala mundial sobre patentes de tecnologias que permitem salvar vidas e terrenos na luta contra os incêndios florestais. A iniciativa foi apresentada esta semana na Conferência Internacional sobre Propriedade Industrial e Objetivos de Desenvolvimento Sustentável que teve lugar em Lisboa.

De acordo com as estimativas do EFFIS, Portugal foi o terceiro país da UE mais afetado em 2022 depois da Espanha e da Roménia, com mais de 112 mil hectares ardidos em mais de 1 200 incêndios. Foi a pior temporada de incêndios em Portugal desde 2017. Quase todos os danos ocorreram nos meses de verão de julho e agosto. Os dois maiores incêndios em Portugal mapeados pelo EEFIS ocorreram nas regiões das Beiras e Serra da Estrela em agosto, e cobriram mais de 15 mil e 10 mil hectares, respetivamente. Mais de um terço da área total ardida em Portugal ocorreu em áreas protegidas. Em resultado das alterações climáticas, a frequência e intensidade dos incêndios florestais está a aumentar. De acordo com o EFFIS, Portugal conta com a segunda maior área ardida na União Europeia em 2023, a seguir à Espanha.

A plataforma lançada pelo IEP foi criada para evitar a devastação de anos anteriores e ajudar tanto as autoridades como os governos locais a estarem preparados para atuar. As patentes publicadas e os pedidos de patentes são uma fonte valiosa de informação para os cientistas, engenheiros e governos. A informação sobre patentes permite informar os utilizadores as invenções já existentes e como esta informação pode levar a novas conclusões, descobertas e parcerias técnicas.

Durante a sua intervenção na conferência em Lisboa, o Presidente do IEP afirmou que “a sustentabilidade é um desafio que ultrapassa a classe, a política e a nacionalidade. Exige uma resposta formidável que apenas uma comunidade global unida consegue dar com a sua tecnologia, as suas soluções técnicas e a sua inovação”. Quanto à nova plataforma, António Campinos destacou que “o sucesso global na luta contra os incêndios depende do acesso ao know-how correto e à informação técnica compreendida nas patentes". A nova plataforma compila cerca de 30 solicitações de informação sobre patentes para apoiar pessoas, governos, cientistas e engenheiros.”

Prevenção, proteção e recuperação

Esta nova Plataforma foca-se em quatro áreas principais: deteção e prevenção, extinção de incêndios, equipamento protetor e recuperação pós-incêndio. A área da extinção de incêndios é atualmente o setor com o número mais elevado de pedidos de patentes submetidos, à frente da área da deteção e prevenção, e da área do equipamento de proteção. A plataforma aloja uma vasta gama de inovações, desde IA e tecnologias aéreas a formações virtuais de combate a incêndios e materiais retardadores de chamas.

A Espacenet, plataforma que recolhe dados da base de dados pública do IEP, e contém mais de 140 milhões de documentos provenientes de 100 países, providencia um acesso rápido a informação crítica. Os examinadores do IEP uniram forças com examinadores de patentes com experiência nesta área, bem como analistas dos Institutos nacionais de patentes de Portugal, Espanha, França, Grécia e Itália para compilar consultas relevantes relacionadas com o combate a incêndios. É a terceira iniciativa do género desenvolvida pelo do IEP, depois das plataformas “Fighting Coronavirus” e “Clean energy technologies”.

Propriedade intelectual em foco na conferência internacional sobre sustentabilidade que teve lugar em Lisboa

A nova plataforma de combate a incêndios foi apresentada numa conferência internacional realizada esta semana em Lisboa, organizada pelo Instituto Nacional da Propriedade Industrial (INPI), em colaboração com o IEP, a Organização Mundial de Propriedade Intelectual (WIPO) e o Instituto da Propriedade Intelectual da União Europeia (EUIPO). O evento híbrido, Conferência Internacional sobre Propriedade Industrial e Objetivos de Desenvolvimento Sustentável, reuniu cerca de 250 participantes de todo o mundo para analisar de que forma a propriedade intelectual pode promover os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável das Nações Unidas (ODS da ONU), ao incentivar e proteger a inovação e a obra dos inventores.

Durante a conferência, especialistas do IEP e do INPI apresentaram em conjunto a plataforma de combate a incêndios com uma demonstração ao vivo, exemplificando como é que a ferramenta pode ser utilizada por investigadores, cientistas, empresas e autoridades nacionais para desenvolver o seu trabalho.

O IEP apresentou também um relatório no qual destaca as suas atividades de partilha de conhecimento no âmbito das patentes relacionadas com sete ODS da ONU. A principal missão do IEP é providenciar um maior acesso e democratizar o conhecimento, uma vez que as patentes desempenham um papel crucial na promoção de soluções inovadoras para alcançar os ODS.
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