- Os tempos de recuperação melhoraram, e 97% das vítimas puderam recuperar dados encriptados.
- Os pagamentos de resgates caíram drasticamente; mas o esgotamento e o stress das equipas estão a aumentar.
A Sophos, líder
global e inovadora em soluções de segurança avançadas para vencer os
ciberataques, divulgou o seu quinto relatório anual “State
of Ransomware in Education”. O estudo global, que incluiu 441 líderes de TI
e cibersegurança, mostrou que o setor de educação está a fazer progressos
mensuráveis na defesa contra o ransomware, com menos pagamentos de resgates,
uma redução drástica dos custos e taxas de recuperação mais rápidas. No
entanto, isto é acompanhado por pressões crescentes sobre as equipas de TI,
que reportam stress generalizado, burnout e disrupções à carreira após
os ataques – de facto, quase 40% dos inquiridos relatou estar a lidar com
ansiedade.
Nos últimos cinco anos, o
ransomware tem emergido como uma das ameaças mais urgentes ao setor da
educação, com os ataques a tornar-se uma ocorrência diária. As instituições de
ensino básico e secundário são vistas pelos cibercriminosos como “alvos fáceis”
– muitas vezes com financiamento insuficiente, falta de pessoal e dados
altamente confidenciais. As consequências são severas: perturbação da aprendizagem,
orçamentos apertados e receios crescentes em relação à privacidade dos alunos e
colaboradores. Sem defesas mais fortes, as escolas correm o risco não apenas de
perderem recursos vitais, mas também de perderem a confiança das comunidades
que servem.
Indicadores de sucesso
contra o ransomware
O novo estudo da Sophos
demonstra que o setor da educação está a melhorar na sua capacidade de reação e
resposta ao ransomware, forçando os cibercriminosos a evoluir a sua abordagem.
Os dados de tendências deste estudo da Sophos revelam um aumento dos ataques
em que os adversários tentam extorquir dinheiro sem encriptar os dados.
Infelizmente, pagar o
resgate continua a ser parte da solução para cerca de metade de todas as
vítimas. No entanto, os valores dos pagamentos estão a diminuir
significativamente e, entre aqueles que sofreram encriptação de dados em
ataques de ransomware, 97% conseguiram recuperá-los de alguma forma.
O estudo identificou vários indicadores-chave de sucesso contra o ransomware no setor da educação:
- Mais ataques foram detidos: Quando se trata de bloquear ataques antes que os ficheiros possam ser encriptados, tanto as instituições de ensino básico como as de ensino superior reportaram a maior taxa de sucesso em quatro anos (67% e 38% dos ataques, respetivamente).
- Valores em queda: No último ano, as exigências de resgate caíram 73% (uma queda média de 2.42 milhões de euros), enquanto o valor médio dos pagamentos caiu de 5.13 milhões de euros para 684 mil euros no ensino básico e de 3.42 milhões de euros para 396 mil euros no ensino superior.
- Custos de recuperação em queda livre: Para além dos pagamentos de resgate, os custos médios de recuperação caíram 77% no ensino superior e 39% no ensino básico. Apesar deste sucesso, o ensino básico registou o maior custo de recuperação médio entre todos os setores analisados no estudo mais amplo da Sophos.
Algumas lacunas ainda
precisam de ser preenchidas
Embora o setor da educação
tenha feito progressos na limitação do impacto do ransomware, ainda existem
lacunas graves. No estudo da Sophos, 64% das vítimas relatou a falta ou
ineficácia de soluções de proteção; 66% citou a falta de pessoas (com
experiência ou capacidade) para impedir os ataques; e 67% admitiu ter lacunas
de segurança. Estes riscos destacam a necessidade crítica de as escolas se focarem
na prevenção, à medida que os cibercriminosos desenvolvem novas técnicas,
incluindo ataques alimentados por IA.
Eis alguns destaques do estudo que esclarecem as lacunas que ainda precisam ser preenchidas:
- Ameaças impulsionadas por IA: As instituições de ensino básico relataram que 22% dos seus ataques de ransomware tiveram origem em phishing. Com a IA a permitir criar e-mails mais convincentes, golpes de voz e até deepfakes, as escolas correm o risco de se tornarem campos de ensaio para táticas emergentes.
- Dados de elevado valor: As instituições de ensino superior, guardiãs de investigações em IA e de grandes conjuntos de dados de modelos de linguagem, continuam a ser um alvo privilegiado. As vulnerabilidades exploradas (35%) e as lacunas de segurança desconhecidas pelo fornecedor (45%) são os principais pontos fracos explorados pelos adversários.
- Prejuízo humano: Todas as instituições cujos dados foram encriptados reportaram impactos na equipa de TI. Mais de um em cada quatro colaboradores ficou de baixa após um ataque; quase 40% indicou aumento do stress; e mais de um terço sentiu culpa por não ter conseguido impedir a invasão.
“Os ataques de ransomware a
escolas estão entre os crimes mais disruptivos e ousados,” disse Alexandra Rose,
Director, CTU Threat Research da Sophos. “É encorajador ver as escolas a
melhorarem a sua resposta e recuperação, mas a verdadeira oportunidade é
impedir os ataques antes de que aconteçam. A prevenção, apoiada por um forte
planeamento de resposta a incidentes e pela colaboração com parceiros de
confiança, públicos e privados, é essencial à medida que os adversários adotam
novas táticas, incluindo ameaças impulsionadas por IA.”
Manter os ganhos
Com base no seu trabalho a proteger milhares de instituições de ensino, os especialistas da Sophos recomendam várias medidas para manter os progressos e preparar-se para enfrentar as ameaças em evolução:
- Foco na prevenção: O sucesso dramático da área da educação básica a impedir ataques de ransomware antes da encriptação dos dados oferece um modelo para as organizações do setor público. Estas precisam combinar os seus esforços de deteção e resposta com a prevenção de ataques antes que estes comprometam a organização.
- Garantir financiamento: Explorar novas vias para aumentar a proteção geral das instituições de ensino, como subsídios governamentais ou iniciativas como o serviço gratuito de ciberdefesa do Centro Nacional de Cibersegurança do Reino Unido. Estes recursos ajudam as escolas a prevenir e resistir a ataques.
- Unificar estratégias: As instituições de educação devem adotar abordagens coordenadas em toda a sua infraestrutura de TI para colmatar lacunas de visibilidade e reduzir riscos antes que os adversários possam explorá-los.
- Aliviar a carga das equipas: O ransomware tem um impacto significativo nas equipas de TI. As escolas podem reduzir a pressão e ampliar as suas capacidades através de parcerias com fornecedores de confiança para deteção e resposta geridas (MDR) e outros serviços especializados 24/7.
- Fortalecer a resposta: Mesmo com uma prevenção mais forte, as escolas devem estar preparadas para dar resposta rápida quando ocorrerem incidentes. Podem recuperar mais rapidamente através da criação de planos robustos de resposta a incidentes, realizando simulações para se prepararem para cenários reais e aumentando a sua preparação com serviços 24/7 e 365 dias por ano, como o MDR.
Os dados do relatório “State
of Ransomware in Education 2025” da Sophos provêm de uma pesquisa independente
realizada a 441 líderes de TI e cibersegurança – 243 deles de instituições de
ensino básico, e 198 de instituições de ensino superior –, em organizações afetadas
por ransomware no último ano. As organizações inquiridas têm entre 100 e 5.000 colaboradores
e estão distribuídas por 17 países. O inquérito foi realizado entre janeiro e
março de 2025, e os inquiridos foram questionados sobre a sua experiência com
ransomware nos 12 meses anteriores.
Pode descarregar o relatório “State of Ransomware in Education
2025” em Sophos.com.



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