A
computação quântica promete
avanços significativos na medicina, nas ciências dos materiais e muitas outras
áreas, mas à medida que a tecnologia evolui, também a abordagem à
cibersegurança deve evoluir. A tecnologia quântica introduz novas
oportunidades, mas também novos riscos, sobretudo para a segurança da
informação. Para proteger dados sensíveis e manter a confiança pública nos
sistemas digitais que sustentam as economias e sociedades, os governos devem
facilitar uma transição criptográfica antes de os computadores quânticos se
tornarem amplamente disponíveis.
Durante décadas,
os algoritmos de encriptação protegeram tudo, desde palavras-passe pessoais e
comunicações privadas até às infraestruturas críticas que suportam o sistema
financeiro global. No entanto, um computador quântico suficientemente poderoso
poderá, um dia, tornar obsoletos alguns métodos de encriptação, colocando em
risco a confidencialidade e a integridade dos dados que sustentam a vida
digital dos utilizadores.
A indústria e os governos devem agir rapidamente para tornar a infraestrutura digital mundial segura face à computação quântica
Embora os
especialistas prevejam que estas capacidades quânticas apenas surjam
na década de 2030, a necessidade de transitar para uma criptografia
pós-quântica é imediata. Esta transição é complexa, exigindo tempo e recursos,
e as organizações que não agirem de imediato poderão, em breve, ver as suas
informações mais sensíveis expostas.
Entretanto, uma ameaça real já se começa a materializar: atores maliciosos podem recolher dados encriptados hoje, com a intenção de os desencriptar no futuro através de computadores quânticos — uma tática conhecida como “harvest now, decrypt later”. Isto reforça a necessidade de agir o quanto antes para proteger a informação sensível, antes que as ameaças quânticas se tornem realidade.
Aposta em parcerias é crucial para garantir um futuro pós-quântico seguro
A transição do
ecossistema digital exige colaboração em escala global. A Microsoft contribui
para múltiplas iniciativas que visam facilitar esta transição, incluindo o Projeto
de Criptografia Pós-Quântica do NIST, o Centro
Nacional de Excelência em Cibersegurança para a Migração para Criptografia
Pós-Quântica, o Internet
Engineering Task Force (IETF), o projeto Open Quantum Safe (OQS) e a Post-Quantum Cryptography Coalition da MITRE.
Através destes
esforços, a Microsoft ajuda a desenvolver
algoritmos pós-quânticos, apoia a
sua adoção em normas como TLS e X.509 e promove a aceleração da sua
implementação tanto em tecnologias comerciais como de código aberto.
Recentemente, a
empresa lançou capacidades de criptografia pós-quântica de forma antecipada
para alguns utilizadores de Windows e Linux, permitindo testar
estas funcionalidades e identificar potenciais desafios.
A indústria privada não pode, sozinha, resolver estes desafios. Os governos desempenham um papel crítico em viabilizar um futuro pós-quântico seguro, através de uma colaboração sólida com a indústria e da implementação de políticas eficazes. Para acelerar esta preparação, a Microsoft recomenda que os governos adotem as seguintes medidas:
- Estabelecer a segurança pós-quântica como prioridade nacional de cibersegurança: posicionar a criptografia pós-quântica como uma prioridade estratégica e integrá-la nos quadros nacionais de cibersegurança.Alinhar estratégias pós-quânticas entre jurisdições: harmonizar políticas públicas, normas e cronogramas de transição. O G7 deve liderar, expandindo a sua linha de trabalho sobre criptografia pós-quântica no setor financeiro, de forma a alinhar as estratégias mais amplas de segurança quântica dos Estados-membros.
- Adotar normas internacionais: apoiar o desenvolvimento de padrões globais e evitar abordagens fragmentadas e regionais, que prejudiquem a interoperabilidade, a inovação e a segurança.
- Definir cronogramas antecipados e progressivos: impulsionar a ação antes de 2030. Por exemplo, a Política 15 do CNSS dos EUA exige algoritmos pós-quânticos em todos os novos produtos e serviços destinados a sistemas de segurança nacional a partir de janeiro de 2027.
- Liderar através do exemplo com planos de transição transparentes: publicar e atualizar regularmente os planos de transição dos governos — incluindo cronogramas, marcos e orçamentos — para fomentar a partilha de conhecimento e de boas práticas.
- Sensibilizar e reforçar competências na força de trabalho: educar o público e os setores de infraestruturas críticas sobre os riscos e a preparação quântica. Investir em programas de capacitação que dotem a força de trabalho das competências necessárias para a transição pós-quântica.
A transição para
um mundo digital seguro face à computação quântica requer uma colaboração
estreita entre a indústria e os governos para ser bem-sucedida. Neste sentido,
a Microsoft apresenta a sua estratégia de transição para orientar decisores
políticos e clientes relativamente aos seus planos, incentivando outros a agir,
e mantém-se disponível para colaborar com legisladores em todo o mundo,
facilitando a transição do ecossistema digital de forma mais ampla.



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