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ISEP integra projeto para prevenção de incêndios

ISEP integra projeto para prevenção de incêndios
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ISEP integra projeto para prevenção de incêndios

Em 2018, Portugal voltou a ser o país com mais área ardida na Europa

Trás-os-Montes e Minho foram a segunda e terceira região, respetivamente, com mais hectares consumidos

Uma equipa de investigadores do GRAQ, grupo de I&D do Instituto Superior de Engenharia do Porto (ISEP) está a trabalhar num projeto de recuperação preventiva de áreas queimadas em Portugal e na Galiza. O “Terramater” vai propor e testar um conjunto de métodos de reforço e melhoria da qualidade dos solos queimados, criando, ao mesmo tempo, um sistema de monitorização e alerta para prevenção de incêndios. Em Portugal, as áreas piloto do projeto serão em Trás-os-Montes e no Alto Minho. Numa primeira fase, os solos vão ser analisados para se estudar as suas características e para avaliar as alterações que ocorrem após os incêndios. Serão, assim, identificados os aspetos a necessitar de intervenção.

“O objetivo é que os solos queimados fiquem restaurados o mais rápido possível e que, com base no sistema de alerta, se possa reduzir significativamente a ocorrência de incêndios. Quando há um incêndio, a temperatura dos solos atinge temperaturas muito elevadas, o que significa que a sua matéria orgânica é carbonizada e a sua estrutura danificada. Nestes casos, os solos perdem inúmeras características, nomeadamente a capacidade de absorção e retenção de água, o que, por norma, os tornam mais suscetíveis a incêndios”, explica Manuela Carvalho, docente e investigadora do ISEP.

Depois desta análise, é possível aplicar emendas para promover a recuperação dos solos queimados e o restabelecimento das suas características, para que aumentem a resistência ao fogo e evitem a sua propagação às plantas, tornando-os aptos para futuras utilizações. Ao mesmo tempo, os investigadores vão-se focar nas áreas florestais saudáveis, avaliando o teor de água, o grau de cobertura e desenvolvimento vegetativo, entre outros, para, a partir daí, perceber quais os locais de maior risco de incêndio e que necessitam de intervenção.

“Estas emendas também podem ser utilizadas nas áreas não queimadas para evitar incêndios. Se é uma zona com tendência para reter pouca água, todo o manto vegetal vai-se degradar rapidamente, tornando-se numa zona com grande probabilidade de ser atingida por um incêndio. Aqui, podemos aplicar uma emenda que atue na retenção de água e a zona diminui o risco de incêndio de alto para moderado ou baixo”.

O projeto integra o programa de cooperação entre Portugal e Espanha (INTERREG-POCTEP) e foi financiado em 1.107k. Está a ser desenvolvido em parceria com a Universidade de Santiago de Compostela, a empresa Recursos y Valorización Ambiental S.L, o Instituto Politécnico de Bragança e a Universidade do Minho. A próxima reunião do consórcio e sessão de divulgação do projeto decorrerá no próximo dia 1 de outubro, no Politécnico de Bragança.
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