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11% dos portugueses não vê qualquer problema monitorizar o seu parceiro

11% dos portugueses não vê qualquer problema monitorizar o seu parceiro
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  • No mês em que se assinala o Dia Internacional para a Eliminação da Violência contra as Mulheres a Kaspersky lança o estudo “O Assédio Digital nas Relações”
  • Portugal é o 12º país da União Europeia com mais utilizadores afetados por Stalkerware
  • Suspeitas de infidelidade é a principal razão que levaria uma pessoa a “vigiar” o seu parceiro online (64%)
11% dos portugueses não vê qualquer problema monitorizar o seu parceiro
Cerca de 7% dos portugueses admite que não vê qualquer problema em monitorizar o seu parceiro sem o seu conhecimento. Esta é uma das principais conclusões do estudo “O Assédio Digital nas Relações” da Kaspersky. Para assinalar o segundo aniversário da Coligação Contra o Stalkerware, cofundada pela Kaspersky, a empresa de cibersegurança encomendou um estudo global com mais de 21.000 participantes em 21 países – incluindo Portugal - sobre o seu comportamento face à privacidade e à perseguição digital em relações íntimas. O stalkerware é uma ferramenta que permite a um agressor monitorizar digitalmente a vida privada de outra pessoa através de um dispositivo móvel, sem o consentimento da vítima.

Embora a maioria dos inquiridos portugueses (81%) não acredite que seja aceitável monitorizar o seu parceiro sem consentimento, 11% não vê qualquer problema, e considera-o aceitável em algumas circunstâncias. Entre os que pensam que certas razões justificam uma vigilância secreta, quase dois terços (64%) fá-lo-iam se acreditassem que o seu parceiro estava a ser infiel; se tal estivesse relacionado com a sua segurança (56%); ou se acreditassem que estavam envolvidos em atividades criminosas (48%). Tendo em conta as diferenças geográficas, é percetível que os níveis mais altos de concordância no que se refere à monitorização em geral, venham da região da Ásia-Pacífico (24%), enquanto no continente Europeu (10%) e Américas (8%) esta aceitação é menor.

O estudo da Kaspersky concluiu ainda que, a 6% dos inquiridos a nível nacional, já foi pedida a instalação de uma aplicação de monitorização por parte do seu parceiro. Lamentavelmente, 15% destas pessoas já experienciaram alguma forma de violência ou abuso por parte do seu parceiro.

Desconhecimento sobre stalkerware e respetivas capacidades

As investigações sugerem que a monitorização online pode ser outra forma de exercer um controlo coercivo nas relações íntimas. Dado que o stalkerware é um software comercialmente disponível que se esconde num dispositivo e fornece acesso a uma série de dados pessoais, como por exemplo a localização do dispositivo, histórico, mensagens de texto ou conversas nas redes sociais, não surpreende que possa servir como ferramenta em relações abusivas.

A investigação de Kaspersky também destaca a ignorância generalizada entre a população sobre o que é e o que implica o stalkerware. Em Portugal, mais de metade dos inquiridos (55%) não sabem o que é um stalkerware, também conhecido como spouseware, e que se refere ao tipo de spyware que pode ser instalado no telemóvel de um parceiro e utilizado para monitorizar os seus movimentos. Aqueles que são mais conhecedores da tecnologia, estão conscientes de que este tipo de software pode monitorizar a atividade da Internet (64%), gravar a localização (64%) e fazer gravações de vídeo e áudio. Mas menos de metade dos portugueses estão conscientes de que também podem aceder às palavras-passe (31%), alertar o agressor se uma vítima tentar desinstalar o stalkerware (27%) ou enviar uma notificação quando o utilizador chega a casa (30%).

Vanessa Gonzalez, Diretora de Comunicação da Kaspersky Ibéria, comenta que: “As conclusões do nosso estudo demonstram bem como estas ferramentas e plataformas, e o fenómeno do stalkerware em geral, são desconhecidos por grande parte da sociedade, demonstrando a importância e urgência em sensibilizar os indivíduos para estes temas, consciencializando-os dos perigos e partilhando formas de se manterem seguros. Estamos muito felizes por festejar este 2º aniversário da Coligação contra o Stalkerware, e verificar que o nosso trabalho é essencial para promover e apoiar a segurança digital das pessoas.

Portugal é o 12º país da União Europeia com mais utilizadores afetados por stalkerware

Na sequência dos critérios de deteção da Coligação contra o Stalkerware, a Kaspersky analisou os dados e revelou quantos dos seus utilizadores foram afetados por stalkerware nos primeiros 10 meses do ano: de janeiro a outubro de 2021, quase 28.000 utilizadores foram afetados por esta ameaça a nível mundial. Durante o mesmo período, registaram-se mais de 3.100 casos na União Europeia e mais de 2.300 utilizadores na América do Norte.

De acordo com números da Kaspersky, a Rússia, o Brasil e os EUA continuam a ser os três países líderes no ranking dos mais afetados a nível mundial. Na Europa, o panorama não mudou: Alemanha, Itália e Reino Unido são os três países mais afetados, respetivamente.

No caso de Portugal, o país situa-se em 12º lugar no ranking da UE e em 57º a nível internacional, tendo sido contabilizados 62 utilizadores afetados por stalkerware entre janeiro e outubro deste ano.

Entre outras das principais conclusões deste estudo relativamente a Portugal, destaque para:
  • Quase 2 em cada 10 pessoas já foi vítima de stalkerware: 17% dos inquiridos afirma ter sido vítima de perseguição através de novas tecnologias, normalmente através de dispositivos móveis e monitorização. Cerca de 15% suspeitam que o seu parceiro os espia.
  • 39% dos portugueses que participaram neste estudo afirmam estarem preocupados que o seu parceiro viole a sua privacidade digital. Entre as informações digitais a que os parceiros podem aceder e que mais preocupam os inquiridos estão as mensagens (47%), as redes sociais (45%) e os emails (39%).
  • Os portugueses apresentam maior reticência em partilhar com os seus parceiros a sua palavras-passe (36%); geolocalização (26%); histórico (22%); mensagens (21%); e informações de pagamentos (18%).
  • 83% admite que confrontaria o seu parceiro caso descobrissem que estavam a ser seguidos.

Dois anos de trabalho de equipa para manter a tecnologia segura para todos

A Coligação contra o Stalkerware foi fundada em Novembro de 2019 por 10 organizações. Atualmente há mais de 40 membros com especialistas que trabalham em diferentes áreas de atuação como apoio às vítimas, defesa dos direitos digitais, segurança informática, investigação sobre segurança e aplicações legais. Este ano, a Coligação acolheu novos apoiantes - como a INTERPOL - e membros incluindo, a Gendarmerie Nationale (FR), Luchadoras (MX), Refuge (RU) e The Tor Project (EUA). Cumprindo uma das missões fundadoras da Coligação, foi lançada uma nova formação técnica sobre stalkerware destinada a ajudar a aumentar o desenvolvimento de capacidades entre organizações sem fins lucrativos, trabalhando com sobreviventes e vítimas, instituições de aplicação legal e outras partes relevantes para combater esta forma de abuso online.

No passado mês de outubro, a Kaspersky juntou-se a outros especialistas da “Coligação contra o Stalkerware” para disponibilizar às autoridades conhecimento para investigarem o assédio digital e aumentar a consciencialização sobre a cibersegurança e a violência doméstica.

Recentemente, os três membros da Coligação – a Kaspersky, a National Network to End Domestic Violence (NNEDV) com sede nos EUA, e a agência australiana de apoio à violência doméstica Wesnet – juntaram-se à INTERPOL para organizar duas sessões de formação online sobre questões relacionadas com o stalkerware e a violência doméstica. Tendo envolvido mais de 210 agentes legais, teve como objetivo reforçar as capacidades das autoridades, apoiar as vítimas que pedem ajuda e responsabilizar os agressores.

Para os utilizadores que suspeitem que possam ser afetados ou que estejam a ser atingidos por stalkerware, a Kaspersky recomenda:
  • Não se apressar a remover o stalkerware se este for encontrado no dispositivo, pois o agressor poderá reparar. É muito importante considerar que o agressor pode constituir um potencial risco de segurança. Em alguns casos, pode até agravar os seus comportamentos abusivos como resposta à deteção.
  • Contactar as autoridades locais e organizações que apoiam as vítimas de violência doméstica para obter ajuda e planear a sua segurança. Pode encontrar uma lista de organizações em vários países em stopstalkerware.org/pt/;
  • Assistir ao vídeo “Coalition Against Stalkerware” e ficar a saber como se proteger. Está disponível em inglês, alemão, espanhol, francês, italiano e português. Há também uma página dedicada às vítimas e sobreviventes sobre a deteção, remoção e prevenção de stalkerware;
  • Utilizar uma proteção comprovada de cibersegurança, como o Kaspersky Internet Security for Android, para realizar uma verificação do dispositivo e descobrir se está a ser afetado por stalkerware. Neste caso, não apressar a remoção do mesmo, visto o agressor poderá reparar. É muito importante ter em conta que o atacante pode representar um risco potencial para a sua segurança
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