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Contentores perdidos aumentam durante a pandemia

Contentores perdidos aumentam durante a pandemia
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Os acidentes com navios que transportam todo o tipo de material têm vindo a aumentar. Se uma encomenda não te chega, esta pode ser a razão.

O setor de transporte marítimo está a registar o maior aumento de contentores perdidos em sete anos. Mais de 3.000 caixas caíram no mar em 2020, e mais de 1.000 também caíram nos primeiros quatro meses de 2021. 

A frequência é tão alta que os acidentes estão a interromper as cadeias de abastecimento de centenas de lojas e fabricantes nos EUA, como Amazon e Tesla, por exemplo. 

E qual o motivo do aumento destes acidentes? 

Um dos motivos é o tempo que está a tornar-se mais imprevisível, enquanto os navios estão a ficar maiores, permitindo que os contentores sejam empilhados mais alto do que nunca. 

Mas, para agravar muito a situação, está o aumento do comércio eletrónico depois que a procura do consumidor explodiu durante a pandemia, aumentando a urgência da entrega dos produtos pelas companhias marítimas. 

A pressão de entregar a tempo, leva os navios a virem cada vez mais carregados e a fazerem cada vez mais viagens. A necessidade de velocidade está a criar condições precárias que podem causar desastres rapidamente. 
De acordo com especialistas, os perigos variam de estivadores a travar incorretamente as caixas umas em cima das outras a capitães que não se  desviam de uma tempestade para economizar combustível e tempo, já que enfrentam a pressão dos donos das empresas de transporte. 

Um movimento errado pode colocar cargas e tripulação em risco. 

As hipóteses de acidentes estão aumentar à medida que os marinheiros exaustos enfrentam a deterioração das condições durante a pandemia. 

O erro humano contribui para pelo menos 3/4 dos acidentes e fatalidades no setor de transporte marítimo. 

Quase todos os incidentes recentes ocorreram no Oceano Pacífico, uma região onde o tráfego mais intenso e o pior clima colidem. 

A rota marítima que conecta as economias da Ásia aos consumidores na América do Norte foi a mais lucrativa para as companhias de navegação no ano passado. 

O aumento do tráfego da China para os EUA no inverno passado coincidiu com os ventos mais fortes no Pacífico Norte desde 1948, aumentando a probabilidade de mares mais agitados e ondas maiores. 

O acidente no Canal de Suez 

O congestionamento no mês passado do navio Ever Given, de 400 metros, no Canal de Suez, lançou um holofote sobre a vulnerabilidade da indústria de navegação. 

O meganavio bloqueou o tráfego através da hidrovia vital durante uma semana, e o impacto no comércio global ainda está a ser sentido. 
Até agora, nenhum dos acidentes recentes com contentores  foi diretamente atribuído a falhas de segurança. 

A Organização Marítima Internacional disse que ainda está a aguardar os resultados das investigações sobre os últimos incidentes, e preveniu para que não se tirassem conclusões antes dos resultados. 

Apesar do alerta muitos especialistas dizem que a situação se tornou mais perigosa por causa da pressão sobre as cadeias de abastecimento desde a pandemia. 

Conclusões

Quando os navios se aproximam de mau tempo, os capitães têm a opção de evitar o perigo. Mas a atitude está ser atravessar a tempestade e não contorná-la

Tripulações sobrecarregadas também aumentam os riscos. A redução da mão de obra a bordo com um maior número de contentores no convés torna cada vez mais difícil para as tripulações verificar cada barra e parafuso de forma eficaz. 

Também está em jogo a saúde e a segurança dos marinheiros. A queda de várias camadas de contentores de 12 metros durante uma tempestade violenta é uma das experiências mais aterrorizantes para um capitão e a sua tripulação. 

Por isso se a tua encomenda nunca mais chega provavelmente ia num dos contentores que caiu.
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